Doença do carrapato em áreas turísticas: como prevenir ao viajar com pets

Casos da doença do carrapato aumentam em destinos turísticos e acendem alerta sobre os cuidados necessários ao viajar com cães

Da Redação


Com o crescimento das viagens acompanhadas por animais de estimação, aumenta também a exposição a doenças comuns em ambientes naturais, como a erliquiose canina – popularmente chamada de doença do carrapato. 

 

Dados da Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA) indicam que, nos últimos anos, o número de casos da doença tem crescido em regiões de clima tropical e subtropical, como o Brasil. 

 

A enfermidade é transmitida principalmente pelo carrapato-marrom (Rhipicephalus sanguineus), parasita que se adapta facilmente ao ambiente doméstico e urbano, mas encontra condições ideais para se multiplicar em regiões turísticas com vegetação densa, alta umidade e presença de animais circulando livremente.

 

De acordo com estimativas de centros veterinários brasileiros, até 60% dos cães atendidos com sintomas relacionados à febre e prostração em regiões endêmicas apresentam diagnóstico positivo para a erliquiose. 

 

A infecção ocorre quando o carrapato contaminado transmite bactérias como a Ehrlichia canis, que podem comprometer o sistema imunológico, provocar hemorragias internas e levar à morte, se não forem tratadas a tempo. Os sinais clínicos mais comuns incluem febre, vômitos, sangramento nasal e letargia.

 

Destinos populares como Campos do Jordão (SP), Gramado (RS), litoral norte de São Paulo, região serrana do Rio de Janeiro e áreas do interior de Minas Gerais, por exemplo, combinam clima ameno com vegetação abundante – cenário perfeito para a presença de carrapatos. Com o aumento do turismo pet friendly, essa realidade exige mais atenção dos tutores e das estruturas que recebem animais em hotéis e pousadas.

 

A movimentação de cães e gatos entre diferentes regiões do país contribui para a dispersão dos parasitas. Um levantamento do Ministério da Agricultura apontou que o trânsito de animais domésticos interestaduais cresceu cerca de 28% entre 2020 e 2023. Esse fluxo facilita o transporte involuntário de carrapatos e amplia o risco de disseminação da doença, inclusive em áreas antes consideradas seguras.

 

No contexto de viagem, o cuidado com os pets começa antes mesmo da partida. O transporte por carro oferece liberdade, mas também exige cautela com paradas em postos de beira de estrada, gramados e áreas arborizadas, onde os carrapatos costumam se esconder. 

 

Já em viagens de avião, embora o risco de contato com vetores seja menor durante o voo, a preocupação se volta ao destino final e à hospedagem. Hotéis e pousadas pet friendly devem garantir ambientes limpos, com áreas específicas para os animais e higienização frequente, a fim de evitar infestações.

 

A permanência dos pets junto dos tutores nos quartos, quando possível, reduz o contato com ambientes comuns que podem estar contaminados. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), mais de 1.000 estabelecimentos no país já adotaram políticas para receber pets, mas nem todos têm protocolos adequados de controle de vetores.

 

A proteção mais eficaz contra a doença do carrapato continua sendo a prevenção. Antiparasitários tópicos, coleiras repelentes e comprimidos de ação prolongada devem ser recomendados por médicos veterinários, conforme o perfil do animal e a região visitada. 

 

A consulta prévia é fundamental para ajustar a proteção de acordo com o risco local. Em lugares com natureza preservada, o ideal é evitar eios em trilhas fechadas, gramados altos e áreas sem manutenção.

 

Em 2023, uma pesquisa da Booking.com apontou que 43% dos viajantes brasileiros consideram essencial levar seus animais em férias. Diante desse cenário, o cuidado com a saúde dos pets a a ser parte do planejamento da viagem, tanto quanto a escolha do roteiro ou da hospedagem.

 

Ao retornar para casa, é indicado realizar uma inspeção cuidadosa na pelagem do animal e observar possíveis mudanças de comportamento. Caso qualquer sintoma suspeito se manifeste nos dias seguintes, a recomendação é buscar atendimento veterinário imediatamente.

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